Campina Grande Precisa Urgentemente de Novas Salas de Cinema!
outubro 31, 2024Única opção para ver Megalopolis é em João Pessoa ou Guarabira. (Imagem: TMDB) |
Na economia de mercado a livre concorrência é a alma do negócio. Campina está estagnada no que refere ao seu parque exibidor, uma única empresa, de Belo Horizonte, explora há 24 anos as únicas 5 salas de exibição da cidade (em João Pessoa, por exemplo, são três empresas operando um total de 23 salas, mais uma sala pública, o Cine Banguê, mantido pelo governo do estado. A propósito: governador João Azevedo, perguntar não ofende, quando o Cine São José vai se tornar um cinema DE VERDADE? Hoje é CINE só no nome). Esse monopólio da empresa mineira em nossa cidade é altamente prejudicial porque ficamos sem alternativa para ver filmes importantes que nunca serão exibidos aqui e se forem serão com meses de atraso em relação às demais cidades do País.
Agora mesmo estamos privados de ver o lançamento nacional do esperado novo filme de Francis Ford Coppola Megalópolis, na segunda-feira no site da empresa o filme estava com ingressos em pré-venda para a estreia nessa quinta-feira 31 de outubro, pois bem na terça-feira o filme sumiu sem nenhuma explicação dos detentores do monopólio exibidor na cidade (parece até assombração de halloween).
Até o ano 2003 os filmes eram analógicos, acondicionados em pesadas latas e exibidos em projetores que hoje se uma criança ver foge apavorada pensando estar diante de um dragão ou um tiranossauro ressuscitado. Essa tecnologia, com cópias insuficientes,grosso modo, atrasava a circulação dos filmes, para se ter uma ideia, depois de lançado no Rio e em São Paulo um filme levava de 4 a 5 anos para chegar em Campina ou João Pessoa.
A era digital mudou radicalmente o sistema de exibição e distribuição dos filmes, hoje um filme lançado em Nova York pode ser exibido no mesmo dia em qualquer cinema do mundo, inclusive em Campina Grande.
O que falta mesmo são novas salas para possibilitar a exibição de mais filmes na cidade, nos colocando definitivamente no século 21. Por enquanto, com essa limitação de salas, ainda estamos presos ao falecido século 20.
O prefeito reeleito não pode, nem deve intervir na programação do CineSercla, mas pode, e deve convidar novas empresas exibidoras para se instalarem na cidade (monopólio, como se sabe, sempre é nocivo), cabe ao prefeito também terminar a arrastada reforma do saudoso Cine Capitólio para que o poder municipal faça o que o governo estadual não fez até agora no Cine São José: uma programação contínua dos títulos importantes rejeitados pelas empresas privadas que só visam o lucro proporcionado pelos blockbusters de Hollywood. Cinema é arte, indústria e comércio, mas sobretudo cinema é cultura, e cultura é dever do poder público.
Espectadores não faltam, os 3 cineclubes em atividade na cidade são a prova maior disso, o que falta é iniciativa pública e privada.
Campina precisa ser grande de verdade e evoluir no campo da exibição cinematográfica, essa estagnação é inaceitável.
Novas salas já!
4 comentários
Realmente é um absurdo esse retrocesso em Campina Grande! A pessoa ter que se deslocar para a capital pra assistir um filme. É inadmissível ! Cinema de qualidade é cultura, educação, civilidade e faz bem a saúde mental.
ResponderExcluirNão faltam espectadores, filmes, espaços ou recursos (ou ao menos possibilidade de conseguir recursos), faltam a vontade política e a percepção da importância até terapêutica da cultura em suas várias formas, da importância de educar e aguçar a sensibilidade, o que se consegue com a arte.
ResponderExcluirSe não ne engano, há um contrato de exclusividade do exibidor junto ao Partage: nesse shopping, só ele pode operar. Como o município só tem esse shopping - e o Luiza Motta aparentemente não tem interesse em abrir salas - ficamos a mercê do "livre mercado"
ResponderExcluirConcordo!! Uma cidade deste tamanho, Campina Enorme, e somente um local de apresentações cinematográficas???
ResponderExcluirFrustrado de achar filme na língua original e legendado uns dois anos atrás, mandei recado para o Cinesercla Cinemas e recebi esta resposta que pode ajudar indicar parte do problema:
"O filme “Mulher Rei” ficou em cartaz por 1 semana em sua estreia na versão legendada e por falta de público foi retirado.
Infelizmente quando colocamos filmes legendados há pouca procura já que a maioria opta por dublados."
"A maioria" fica contente com falta de material diverso, acostumada em deslocar-se unicamente para a grande praça privada (shopping) ou se divertem sem sair mais de casa pois a tecnologia de casa satisfaz o desejo de entreteinamento.
Eu não sou desta maioria. Eu quero mais cinema!
Mateus